sábado, 13 de novembro de 2010

O elevador de SHABBAT

Texto retirado do Blog da Ana Paula Valadão...

Minha amiga Sara viajou comigo para Israel e Egito. Ali tivemos uma experiência interessante com o elevador de Shabbat. Quero compartilhar o que ela escreveu sobre isso, ok?

O “Elevador de Shabbat” – Parte 1

Você já ouviu falar do “elevador de shabbat”? O povo hebreu em todo o mundo celebra o dia de shabbat todas as semanas, do pôr do sol na 6ª feira ao pôr do sol do dia seguinte. E observando a Lei, o próposito deste dia é de não fazer qualquer trabalho e santificá-lo, como diz o 4º dos 10 mandamentos.
Em Israel e em outros lugares onde há uma grande concentração de judeus, em edíficios com elevadores, durante o dia do Shabbat, os elevadores mudam sua programação e se tornam “elevadores de shabbat”. Este elevador entra numa programação especial onde os botões de controle de dentro e os botões de chamada no lado de fora não funcionam e o elevador entra no automático.

Por várias vezes eu ouvi pessoas dizerem com um ar de sarcasmo: “Hoje é dia de elevador de shabbat. Os botões não funcionam… porque apertar o o botão é trabalho.” E a última vez que ouvi isto foi nesses dias agora, quando tive o privilegio de voltar a Israel, com a minha “dearest friend” pastora Ana Paula, para ministrarmos na Convocatória de Oração para Todas as Nações 2010.

E foi bem no dia de Ano Novo, do calendário judeu, ano de 5771, que chegamos em Tel-Aviv, onde escutei esta frase e recebi como zombação, porque a maioria dos judeus não entendem a verdadeira essência da Lei dada por Deus e “inventam” tradições. Mas quando ouvi isto, eu disse ao Espírito Santo: “Deve haver algo mais do que um simples “não poder fazer” o simples trabalho de apertar o botão… e Ele me respondeu: “Medite sobre isto.”

Na manhã seguinte, o Senhor me proporcionou um tempo divino no café da manhã, só eu e Ele, na beira da praia do Mar Mediterrâneo, na região onde Pedro teve a visão sobre os gentios. E ali o Espírito Santo falou muitas coisas para mim sobre o “elevador de shabbat”:

1.Já que o botão para chamar o elevador não funcionava, o elevador chegava na hora para a qual foi programado, e não na hora que eu queria que chegasse.

2.Entrando no elevador, os botões de dentro também não funcionavam, então o elevador ia parando nos andares, da forma que foi programado. Cada vez que eu entrei no elevador, o elevador parou em diferentes andares. Não havia uma sequência consecutiva.

3.Quanto mais alto era o andar do meu destino, mais tempo se passava dentro do elevador, pois as paradas eram muitas.

4.Dentro do elevador, nos quatro lados havia espelhos. Algumas vezes, eu escolhi me olhar no espelho e ver como eu estava. Outras vezes, fiz questão de ignorar a presença deles ali, para não me examinar.

5.Eu sabia o meu destino, em qual andar devia descer, mas não tinha noção de quanto tempo levaria para chegar, pois o elevador era um elevador de shabbat.

6.Quando o elevador parava nos andares antes do meu, a porta se abria e eu podia ver que cada andar tinha uma decoração diferente.

7.Não adiantava apertar nenhum botão para mudar a rota do elevador, pois o elevador era um elevador de shabbat que foi pre-programado.

A Bíblia fala que Deus descansou no 7º dia. Na lista dos 10 Mandamentos Ele diz para observarmos o sábado, pois ele é santo. É claro para mim que Deus ordena que devemos descansar em tempos fixos, a cada 6 dias, a cada fim de um ciclo, numa forma de confiança e deleite no Senhor.


Desta vez, mais do que nunca, o Espírito Santo me mostrou que os judeus, com toda falta de entendimento e discernimento, vivem atos proféticos poderosos nas suas “regras” e “rituais”. E o “elevador de shabbat” é um desses atos proféticos. Ele me disse que a essência do “elevador de shabbat” não é o não poder apertar o botão porque é trabalho, mas sim, a entrega do controle.

Há dias ou estações na nossa vida onde as coisas estarão fora do nosso controle. Nestes momentos podemos tentar de tudo, mas por este tempo estar determinado para nós, não adianta chamarmos, decidirmos onde irmos, o quão rápido chegarmos lá, e até mesmo orarmos para fazermos as coisas acontecerem, porque não será atendido. Existem momentos em que as decisões não são feitas por nós. Elas são pré-programadas pelo plano soberano de Deus. Este tempo é mandatório em nossas vidas. Não podemos correr dele. E ele nos serve como um lembrete de que nossas vidas não pertecem a nós.

Jesus disse que Ele é o Senhor do Sábado, em Mateus 12. Sempre pensei que esta passagem era somente sobre compaixão, amor, fazer o bem que é parte da Lei. Os fariseus, por serem religiosos, recriminaram os discípulos por terem “trabalhado no sábado”. Jesus também decidiu curar um homem neste dia, porque Ele, sendo o Senhor do Sábado, ensinou que o amor prevalece sempre. Mas, agora vejo que é mais do que eu entendia. Jesus é o Senhor do Sábado e então Ele faz todas as decisões necessárias para o “dia” de sábado. No “dia” de sábado, eu não sou a pessoa que faz as decisões, que faz as coisas acontecerem, a pessoa que está no controle. Neste “dia” de sábado, o livre arbítrio que tenho é o de descansar e confiar.

A Bíblia também fala de outros dias sagrados, que são as Festas do Senhor. Por causa do caléndario judeu elas caem em dias diferentes a cada ano. Estes dias também são dias de sábado de acordo com a Lei, dada por Deus, e se acontecem junto com o dia de shabbat da semana regular, então o shabbat se torna ainda mais longo. Isso significa que o “dia” de sábado pode não ser o sábado fixo de 24 horas que acontece a cada 6 dias. Ele pode ser bem mais longo e em datas diferentes a cada ano.
Assim também, há estações de shabbat que Deus determina para nossa vida, que vão além do fixo, o shabbat no final de cada ciclo, que é o dia de sábado da semana regular. São momentos mais prolongados onde estamos neste “elevador” e sabemos que estamos indo para um lugar específico, mas não podemos mudar a rota e nem a hora da chegada.
Porém neste “elevador”, há espelhos por toda a volta, colocados ali com um propósito profundo. Eles não são somente para dar aquela ilusão ótica de um lugar mais espaçoso, mas para nos dar oportunidades de auto exame. Quando estamos neste “dia” de sábado realmente parece que estamos em um lugar apertado, fechado, limitado, chegando a ser menor do que uma sala de espera. Mas os espelhos no “elevador de shabbat” estão ali para ampliar a nossa visão durante este tempo de transição, para extender a visão, para vermos a nós mesmos.

E ali nós escolhemos “olhar para nós” no espelho ou não. O elevador, no tempo determinado, chegará no andar do nosso destino. Mas, como as virgens loucas que não estavam preparadas quando o noivo chegou, a porta pode se abrir e talvez não possamos sair do elevador por não estamos prontos, já que não nos examinamos nos espelhos e nos arrumamos.

Como o “elevador de shabbat” pára em muitos andares, cada vez em uma sequência diferente, neste “dia” de sábado em nossas vidas, podemos aprender um pouco sobre os nossos próximos também. Em cada parada, mesmo que indesejada, podemos ter experiências de ver estes “outros lugares” que não veríamos de outra maneira. Podemos conhecer “níveis” diferentes, que não se aplicam a nós, mas são lugares destinados para outros que estão nesta mesma caminhada no Reino de Deus e que precisamos aprender a honrar e respeitar. Estas paradas do “elevador de shabbat” também nos ensinam a sermos mais gratos a Deus pelo que Ele prepara para nós e mais contentes quando vemos com os nossos próprios olhos o “lugar” onde outros estão.

Preciso aprender a observar o “dia” de sábado na minha vida e na minha família. E todas as vezes que tiver a oportunidade, com muita alegria vou escolher entrar no “elevador de shabbat” para meditar mais ainda neste ato profético.
“ ‘Se você vigiar seus pés para não profanar o sábado e para não fazer o que bem quiser em meu santo dia; se você chamar delícia o sábado e honroso o santo dia do Senhor, e se honrá-lo, deixando de seguir seu próprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, então você terá no Senhor a sua alegria, e eu farei com que você cavalgue nos altos da terra e se banqueteie com a herança de Jacó, seu pai.’ Pois é o Senhor quem fala” Isaías 58:12-13

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